sábado, 18 de junho de 2011

CONFUSÃO NA ZONA


Estado planeja erguer torres sobre a Rodoviária Novo Rio

RIO - Enquanto o prefeito Eduardo Paes defendeu na sexta-feira a mudança da Rodoviária Novo Rio para um terreno em Irajá , conforme Flávia Oliveira adiantou em sua coluna Negócios&cia, no GLOBO, o governo do estado negocia com o consórcio que administra o terminal um projeto de reestruturação que inclui a construção de três torres sobre as plataformas de embarque e desembarque, na Zona Portuária. Segundo a Coderte, empresa pública que gerencia os terminais do estado, as negociações estão avançadas e preveem melhorias para adequar a rodoviária à nova realidade daquela área do Centro, que já passa por obras de transformação. O projeto seria realizado aproveitando o potencial construtivo ampliado pela nova legislação urbanística do Porto, aprovada pela Câmara dos Vereadores no ano passado. A lei permite edifícios de até 50 andares no local.

Presidente da Coderte quer discussão com a população

Na avaliação de Paes, a rodoviária - que fica em terreno estadual - é muito mal localizada, principalmente para quem chega ao Rio pela Via Dutra e tem como destino a Zona Norte ou a Barra da Tijuca. O novo terminal ficaria num terreno do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), às margens da Avenida Brasil e da Dutra. A intenção é transformá-lo em ponto de integração dos BRTs (corredores expressos de ônibus) que serão implantados até 2016.

- Precisamos de uma rodoviária central. Mas isso pressupõe uma rede de transporte que leve a todos os lugares. Com os BRTs e o reforço de trens e metrô, teremos condições - explicou Paes, ressaltando que ainda não há projeto para a nova rodoviária.

MUDANÇA: Concessionária é contra transferência da Rodoviária Novo Rio

O diretor-presidente da Coderte, Ronaldo Francisco, disse na sexta-feira, em nota, que qualquer mudança de local teria que ser discutida com a população. Para Francisco, o terreno do Dnit não beneficiaria todos os usuários, sobretudo os que chegam pela Ponte Rio-Niterói. Ele afirmou ainda que o governo do estado está satisfeito com a concessão da rodoviária. Por isso, decidiu terceirizar outros quatro terminais, o que deverá acontecer em julho. A nota cita as negociações com o consórcio Novo Rio e diz que o projeto de construção de um novo terminal em Irajá existe há 20 anos.


"A presença da Novo Rio na região facilita a locomoção da população e dos turistas, já que o terminal está em área central, necessitando apenas que a prefeitura implemente melhorias em seu entorno. O plano de remodelamento do terminal poderá englobar a construção de prédios conforme a determinação dos Cepacs", diz a nota da Coderte, referindo-se aos Certificados de Potencial Adicional de Construção, títulos lançados pela prefeitura e que foram a leilão na semana passada.

De acordo com a lei 101/2009, que modificou o uso e a ocupação do solo e estabeleceu novos gabaritos para construções na Zona Portuária, o terreno da Novo Rio é um dos poucos onde o potencial construtivo pode chegar a 50 andares ou 150 metros de altura. O outro é o do Gasômetro. Essas construções, contudo, só poderão ser feitas se os interessados adquirirem os Cepacs. Os títulos foram comprados por R$ 3,5 bilhões por um fundo criado pela Caixa Econômica Federal com recursos do FGTS.

Novo Rio: rodoviária não inviabiliza revitalização
O presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp), Jorge Arraes, disse na sexta-feira que a remoção da Novo Rio é uma discussão urbanística e de lógica de transportes. Ele explicou que a construção de duas alças de acesso ao Viaduto do Gasômetro, prevista nas obras da Zona Portuária, não interfere no terreno da rodoviária, como dá a entender parte do texto da legislação, que faz referência às rampas passando na "altura da rodoviária".

Uma eventual mudança para Irajá prejudicaria passageiros do Centro e da Zona Sul, que teriam que enfrentar mais 18 quilômetros - distância entre a Novo Rio e o terreno do Dnit - para embarcar. Uma equipe do GLOBO percorreu na sexta-feira o trajeto em 30 minutos, por volta das 13h. Mas, em horários de rush, o tempo é maior. O prefeito afirmou, porém, que os BRTs superariam esse problema:

- O que a gente quer para o futuro do Rio? Que os ônibus que vierem da Região Metropolitana e de outras áreas da cidade se integrem ali (no terreno do Dnit). E dali todo mundo chegue de BRT ao Centro. Não precisa dessa quantidade maluca de ônibus que chega hoje ao Centro cidade.

O superintendente regional do Dnit, Marcelo Cotrim, disse achar prematura a discussão sobre uma eventual transferência do terminal. Já para o Consórcio Novo Rio, que detém a concessão da área desde 1990, a rodoviária não inviabiliza a revitalização do Porto. Em nota, o consórcio confirmou que desenvolveu um projeto de utilização de todo o potencial construtivo da área, levando em consideração a integração do terminal com outros tipos de transporte previstos na revitalização da Zona Portuária, como veículos leves sobre trilhos. O consórcio disse ainda ter inves tido, desde o início da concessão, cerca de R$ 50 milhões em melhorias.



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/06/17/estado-planeja-erguer-torres-sobre-rodoviaria-novo-rio-924713253.asp#ixzz1PcRcrOY1
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